Mês: Dezembro 2021

Arruda dos Vinhos, com certeza!

Arruda dos Vinhos, com certeza!

Não acredito em dividir para reinar. Mas, antes em unir. Não tenho dúvidas de que é mais aquilo que nos une do que aquilo que nos separa. Para começar a nossa humanidade comum.  Depois a nossa terra. Arruda dos Vinhos. O que dizer? A minha 

Vale Encantado – Concelho de Memórias I Eleições Autárquicas, 2021

Vale Encantado – Concelho de Memórias I Eleições Autárquicas, 2021

O meu nome é Carlos Alves. Não precisamos de muitas apresentações. Conhecem-me, certamente. Cruzam-se e trocam comigo bons dias. Falam, diariamente, comigo. Habituaram-se a confiar em mim para ensinar os vossos filhos. A maioria sentou-se à minha frente como aluno. Sempre fiz por merecer a 

Agenda Centro Cultural do Morgado nº11 jan-mar 22

Agenda Centro Cultural do Morgado nº11 jan-mar 22

Falando de cultura…Cultura é muita coisa. Essa é a primeira dificuldade ao construir uma agenda cultural. Conjugar toda a riqueza da sua natureza, transformando-a numa mais valia e não perdendo unidade com isso. Depois surge à cabeça uma pergunta central…O que é uma política cultural? Deve haver a preocupação de o perceber quando se agenda cultura. Esta é, todavia, uma pergunta cuja resposta divide opiniões. Não será este o espaço para responder a uma questão cuja complexidade deriva de opções, visões, prioridades e gestão orçamental. É e será sempre um domínio estratégico, sem dúvida, alavanca privilegiada do desenvolvimento local. Obriga ao envolvimento de múltiplos parceiros porque é imprescindível dar o protagonismo às pessoas. Sem complexos deve promover a valorização económica da atividade cultural. Exige-se, igualmente, imprimir um caráter transversal, desenvolvendo um trabalho em rede entre a administração central e local. O conhecimento das gentes e do lugar a que se destina, mas não ficar por aí…
Estes são os bastidores da construção de uma agenda cultural. Esta. A nossa. Parte de algumas convicções do que deve ser uma política cultural. Não é diferente das outras. Parte de uma leitura carregada de subjetividade, no que ao gosto, interesse, pertinência e valores concerne. À partida considera-se que devemos investir na cultura, democratizá-la e descentralizá-la, numa relação íntima com o território, “levando-a fora de portas”. Tornando a cultura acessível a todos. Geográfica e economicamente falando. Inclusiva, com abrangência territorial e capaz de criar novos fluxos de interesse cultural e artístico. Depois a certeza de que artistas e criadores são verdadeiros embaixadores nacionais e locais, exigindo-se que ao nível mais circunscrito se identifiquem marcas culturais, mais significativas que se manifestam na memória coletiva da comunidade. Preservando, valorizando e divulgando o património material e imaterial, dignificando autores e artistas e sendo um meio fundamental para a coesão social.
Nesta agenda não é, igualmente, despiciente a consideração do esforço que devemos, sempre, garantir para que a educação e a cultura (que devem e podem andar juntas) sejam fatores de integração social e comunitária. Que a programação cultural deverá ter, por isso, ligação com a educação uma vez que esta deverá servir para criar conhecimento. Destaca-se, ainda, nesta génese o envolvimento comunitário, de uma agenda desenhada à escala do território de Arruda dos Vinhos. Está comprometida com a terra, embora possua uma visão holística, transversal e não ensimesmada. Onde se procura ter um plano de futuro reconhecendo o passado, preservando, integrando e criando novos significados. Partindo de diagnóstico cultural, histórico e patrimonial do território. Abrangendo linguagens e discursos culturais diversificados e diferenciadores. Onde coabita o popular e o mais erudito. O urbano e o rural. Se enaltece e preserva a paisagem. Valoriza os produtos endógenos. Colocando-se como objetivo a disseminação do conhecimento produzido. Indo mais além na capacidade de atrair e criar novos públicos. Capaz de incentivar a participação social, o crescimento da massa crítica, do exercício da cidadania e de ser um agente promotor da educação em geral e a artística em particular. Enfatizando os quatro pilares fundamentais da educação: aprender a conhecer, a fazer, a conviver e a ser.
Esta deve ser a nossa motivação no que à cultura para o nosso concelho, nos diz respeito e esta deve estar plasmada na programação facultada à população. Só assim conseguiremos o aprofundamento cultural do indivíduo, fortalecer a atratividade e o tecido cultural local e a nossa identidade. Através de um programa cultural com pertinência local, alinhado com o documento estratégico Arruda 2025 e nacional, nomeadamente para os concelhos limítrofes, que promova a sustentabilidade do nosso território, o dinamize e potencie.
Uma última palavra para a pandemia que tudo complicou e que exige uma sensibilidade para as questões de segurança mas, também, para a gestão deste novo normal onde a cultura e o seu acesso são fundamentais. Para o bem de todos. Um enquadramento que exige uma contextualização que conduza a uma perspetivação diferente do que pode e deve ser feito em termos culturais no nosso concelho. Que não exclua nem nos afaste.
A cultura é muita coisa. E uma agenda cultural deve espelhar isso mesmo. Sem entrar em descrições do que vão encontrar, será visível o envolvimento de várias entidades como coletividades, pessoas da comunidade, juntas de freguesia, associações culturais, Faculdade de Belas Artes de Lisboa, Fundação José Saramago, Europe Direct, Rota Histórica das Linhas de Torres, comunicação social e a economia local a pulsar.
Espero que ao folhearem as páginas seguintes se apercebam do que aqui fica dito. A cultura continuará, sempre, a ser aposta. O trabalho, esse, continua, tendo em vista já a próxima agenda do Centro Cultural do Morgado. Para já, aproveitem esta. O convite está feito! Iremos encontrar-nos, certamente. Desfrutem!

Agenda nº11 CCM

 

Publicações (links)

Publicações (links)

Revista “Palavras Viajantes”, “Português – de Portugal para o mundo, oceanos de palavras”, Associação Rotas da Lusofonia, nº1, 2016.   “A mercantilização da Educação: o dinheiro não fala às Humanidades”, in Público, 2017.   “Avaliação, exigência e ensino: sensibilidade, preconceito e pouco bom senso”, in 

Redes Sociais

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Cerimónia 25 abril 2019 | Auditório Municipal

Cerimónia 25 abril 2019 | Auditório Municipal

Senhor Presidente da Câmara, senhora Presidente da Assembleia Municipal, caros membros do executivo, representantes das coletividades locais, comunicação social, Provedor do Munícipe e colegas deputados a todos e a todas os presentes um muito bom dia. Muito obrigado por estarem aqui e fazerem parte de uma celebração de um dia tão importante para todos os portugueses.

Não vou perder muito tempo com protocolos porque o 25 de abril fugiu da regra é do povo e a sua celebração, também deve ser popular e não deve estar fechada em auditórios.Primeiro que tudo é uma honra estar aqui.

Pessoalmente, foi o meu pai que me ensinou as primeiras letras acerca do 25 de abril. Consoantes e vogais de esperança que jamais esqueci e que fazem parte da minha vida até hoje. É por isso que começo por falar dele e do tempo que deu à pátria no Ultramar, como tantos da sua geração.

Vivemos num tempo que nada tem a ver com o seu. De direitos e liberdades. Que por isso muitos tomam como garantido convictos, erradamente, de que sempre foi assim e que se conseguiu sem esforço, risco e sacrifício. Não é verdade. E se não quisermos recuar lembrem-se que na atualidade falamos até na perda de direitos e na sua reposição como um esforço urgente a levar a cabo pelo país.

O 25 de abril é por isso, para mim, emocionante. Com ele aprendi, entre outras coisas, que os outros mandam o que nós deixarmos e até quando deixarmos e que tudo é possível, em especial a mudança.A última vez que estive com Otelo Saraiva de Carvalho na SPA numa sala com mais intervenientes diretos no 25 de abril com pudor não lhe agradeci tudo o que fez por nós, portugueses. Arrependo-me.

E é por isso que a primeira coisa que vou fazer aqui é aproveitar a oportunidade para agradecer, publicamente, a todos os que o fizeram.

Porque não acredito que a liberdade é demais como muitos que sempre viveram tendo-a garantida acham quando não concordam (porque o podem fazer) com alguma coisa. Ou, os outros cuja memória seletiva os leva a considerar que abdicar da liberdade é solução (supostamente para “pôr ordem na casa”), não percebendo o evidente retrocesso e as consequências negativas dessa opção.

Muito obrigado por terem conquistado a liberdade para todos nós.O 25 de abril faz tanto parte das nossas vidas que houve uma pergunta que com mais ou menos graça, mais ou menos boas intenções, mais ou menos saudosismo, mais ou menos orgulho passou a fazer parte do nosso quotidiano coletivo de memórias: Onde estavas quando foi o 25 de abril?

Não temos dúvidas da sua importância. Interna, antes de mais. Lembremos que descolonizar, democratizar e desenvolver integravam o programa do Movimento da Forças Armadas. O 25 de abril foi uma revolução política, social e dos costumes.

A sua relevância vai sendo revisitada frequentemente, naquilo que é o seu ideário e até metodologias. Por exemplo, na luta das propinas na década de 90 e nas ainda próximas mobilizações na recente crise neoliberal que tantas marcas deixou entre nós. Os seus slogans e cantigas não perderam atualidade e é uma felicidade poder recuperar a sua memória em períodos em que alguns a única coisa que se lembram é de nos mandarem emigrar. O 25 de abril continua por isso sendo uma inspiração.

Mas, externamente, também. Historicamente, e devemos orgulhar-nos disso, a terceira onda de democratização que o mundo assistiu, que ainda não possui ano de término, iniciou-se no ano de 1974, com a Revolução dos Cravos em Portugal. Em seguida, diversos países continuaram essa tendência e adotaram a democracia como regime governativo, sobretudo os países latino-americanos e africanos, recentemente o leste europeu.Quem me conhece sabe o quanto gosto de histórias. Em especial se forem simples – porque eu também sou filho de gente simples. Histórias de gente comum e sem voz. E de as contar.

O 25 de abril está cheio de nomes – aproveito para relembrar Salgueiro Maia de uma lista extensa (que terá a devida homenagem no concelho). Mas, o 25 de abril também está repleto de histórias (de entrega, altruísmo, idealismo e sobretudo coragem) e possibilidades. De sermos realistas e não nos contentarmos com menos do que o impossível ou que assim parece.

Como não precisam que vos diga o que foi e representa o 25 de abril fico-me pelas suas histórias. Algumas. Do antes e depois.

Porque o 25 de abril é nisso um enorme repositório. Algumas do conhecimento de todos outras do foro da intimidade pessoal e privadas.

De antes conto-vos a história de um homem daqueles que foi a salto, como se costumava dizer, para França em busca de liberdade e de melhores condições.

Que deixou para trás a mulher e que só dois meses depois de ela dar à luz teve conhecimento de que já era pai.

Ou, a narrativa macabra para alguns, mas que têm de escutar com a parte certa do coração, da esposa, ela própria professora numa universidade portuguesa, que acompanha o marido a Vigo para ele dar uma conferência para que foi convidado e que morre. Ela sabendo das manigâncias do Estado Novo, do viver num país, isolado, orgulhosamente só arrisca trazê-lo mesmo assim, nas vésperas de abril, morto para o seu país sem liberdade. Com a conivência de quem conduz o carro e o seu encobrimento e do filho que abraça o pai para ele passar indetectado no seu não viver na fronteira, voltando para o país que persegue, amordaça e enclausura a dissonância.

Mas há, também, as histórias do 25 de abril a decorrer e já feito.

Conto a de um amigo na altura com 11 anos, a viver em Alverca que recorda do dia estar a brincar na rua (quando ainda se brincava na rua) e a mãe o chamar para casa, para seu descontentamento, dizendo:

– Anda para casa que está a haver uma revolução em Lisboa.

Mais a conhecida história da coluna militar, a caminho da baixa lisboeta, que parou no sinal vermelho.

De aldeias perdidas no isolamento do Portugal profundo que só souberam do 25 de abril dias depois. E tantas, tantas outras… que podiam ser aqui contadas, acrescentadas e partilhadas por vós.Estamos aqui para celebrar o 25 de abril, mas penso que não será errado aproveitar a oportunidade para alertar para os perigos que assolam estes tempos e que comprometem as suas conquistas. Extremismos, nacionalismos, fundamentalismos e populismos com a demagogia dos que não tendo responsabilidade tudo conseguem, que o podem pôr em causa. Porque a história nem sempre é uma lição aprendida. A unanimidade em torno do 25 de abril que coincide a espaços em alguns discursos mais ou menos à boca pequena com o “No outro tempo é que era bom” deve ser vista com cuidado. Porque nem tudo está ainda cumprido. E numa sociedade de likes que exige ser seguida de volta todos os cuidados são poucos.

Não deixa de ser curioso que o 25 de abril tivesse ficado associado a uma flor que hoje trazemos orgulhosamente na lapela. Quase uma premonição porque embora, felizmente, haja uma unanimidade em torno do 25 de abril como sabemos nem todos os amores são sinceros. E é por isso que como uma flor que deve ser regada para não perder o viço o 25 de abril nunca estará terminado. Talvez com essa unanimidade que esperamos não ser postiça isso seja mais fácil.Muitos aí sentados têm muitas histórias para juntar às que contei e que, provavelmente, recordam com frequência. Porque o 25 de abril é, acima de tudo, uma história bonita com um final feliz. Cheia de possibilidades. Foi o dia que marcou o resto das nossas vidas.

Por exemplo, o alargamento político inclusivo dos últimos anos rompendo com a exclusividade do “agora governas tu, agora governo eu, mas sozinho e sem ouvir ninguém” cujos méritos o 25 de abril nos permite agora discordar.“Liberdade é não ter medo” dizia Nina Simone que sempre deu voz aos que sofrem. Hoje como sempre isso é inestimável. E nunca deve ficar comprometido para salvar bancos ou os interesses dos que pouco têm. Isso é honrar abril.

Desafios?

O filósofo suíço Jean-Jacques Rousseau defendeu que nenhum cidadão deve ser suficientemente rico para poder comprar o pobre e ninguém deve ser tão pobre que se deixe vender ao rico. É por isso que a luta contra a desigualdade é tão importante e constante. Cabe-nos travá-la. Só assim se cumprirá o 25 de abril que nos deu a coragem e as possibilidades suficientes para o fazer.

Globalmente também temos, também, pela frente o desafio de uma planeta ecologicamente moribundo. Exangue nos seus recursos quantas vezes espoliados para benefício só de alguns. Os mais fortes. Ao contrário do 25 de abril que é de todos.

Hoje celebramos uma das mais bonitas histórias de Portugal. Quem me ensinou as primeiras letras sobre o 25 de abril, numa cartilha de liberdade, solidariedade, coragem e esperança, também me ensinou que não se deve brindar de copo vazio, quanto mais sem copo. Mas, repitam comigo com o punho erguido que mais estiver de acordo com a vossa ideologia, símbolo da resistência, no ar, porque o podem livremente fazer:

25 DE ABRIL SEMPRE!

 

Conexões

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Curriculum Vitae

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CURRICULUM ACADÉMICO Conclusão do curso de Doutoramento em Ciência Política, Especialidade Teoria e Análise Política na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, o qual confere Diploma em Estudos Avançados em Ciência Política, Especialidade Teoria e Análise Política – Período 2013 

Editorial

Editorial

Quando duas pessoas pensam da mesma maneira, uma é dispensável.
Provérbio japonês

 

Este site foi sendo construído lentamente. Porque: discutir é preciso! Com o vagar do tempo que sobra do que se considera ser mais importante. Tem por isso, para já, maior duração off-line do que visibilidade on-line.
Desenvolvido com a pressa dos que precisam que antes de qualquer outra urgência as coisas têm de fazer sentido e serem claras para si antes de as comunicar aos outros.
Foi crescendo e sendo feito com base num histórico convicções antigas já corporizadas em textos e intervenções e descobertas e reflexões recentes aguardando materialização em letra de forma e plateia para alvo de partilha.

É natural. Amadurecer ideias demora tempo. Idealizar projetos tem avanços e retrocessos que leva a que prudentemente se balbucie mais do que se anuncie aos quatro ventos.

Passado, presente e futuro formam este edifício de arquitetura periclitante. Por ser consciente de possuir uma natureza de autêntico work  in progress só agora vê a luz do dia.

A obsessão com a visibilidade é uma realidade. Com as redes socais. Com o estar online. A hashtag. O número de conexões. A presença online. Banalizou-se postar. Fotografar. Opinar. Pelo imediatismo.

É questionável o interesse da viralidade. Do like. Mas, o sangue ferve quando é pessoal. Quando a tónica é apaixonada. Por causa disso temos sempre algo a dizer. Mas, não levianamente. Não creio ser esse o procedimento certo. Falar com garantia, impõe-se. Estudar, conhecer, preparar…

Obrigo-me à justificação. Carateriza-me a reflexão e a planificação. Exijo -me a uma visão. Proponho-me a estruturação e a estratégia para algo que é maior do que eu. A dedicação à causa pública.

Comunicar é preciso, mas com profundidade. Partilhar fundamental. É para isso que este site existe. Repleto de respostas mais ou menos longas. Opiniões. Publicações. Discursos. Testemunhos. Artigos. Registos. Arquivo, multifacetado, do recente e do mais antigo, em contínua construção e atualização. Radiografia de uma prestação diversificada, disponível, humilde e exigente consigo própria.

Esta é a razão de ser deste site.

Como diz o adágio, “Seja bem vindo quem vier por bem”. A partir deste vale encantado.

Mês Irene Lisboa 2021

Mês Irene Lisboa 2021

O Mês Irene Lisboa é uma organização conjunta da Biblioteca Municipal, do Agrupamento de Escolas de Arruda dos Vinhos e do Externato João Alberto Faria. Durante o período compreendido são desenvolvidas atividades, tendo como mote o rico e diversificado universo de Irene Lisboa, sendo, ainda,